Muitas características humanas, como a altura, são moldadas tanto pela natureza—ou seja, pelos nossos genes—como pela criação, ou o nosso ambiente. Por exemplo, o stress crónico durante a infância inibe a produção de hormonas de crescimento e, consequentemente, reduz o crescimento ósseo e a altura. Os cientistas estimam que 70-90% da variação da altura deve-se a diferenças genéticas entre os indivíduos, e 10-30% da variação da altura deve-se a diferenças nos ambientes que os indivíduos experenciam, como diferenças na dieta. Muitos outros fenótipos são igualmente influenciados por genes e ambientes. Alguns desses fenótipos surgem mais tarde na vida, como o cancro e outras doenças.
Centenas de genes que influenciam a altura foram identificados em humanos. Um estudo descobriu que o fator mais importante que explica as diferenças atuais de estatura entre pessoas de diferentes nações foi a razão entre o consumo de proteína animal de alta qualidade e proteínas de baixa qualidade de grãos e vegetais durante a infância.
Acredita-se que os homens mais altos de antigamente eram caçadores do Paleolítico Superior da cultura Gravetiana, que prosperou na Europa 34.000 a 26.000 anos atrás. A sua estatura (variando entre cerca de 1,80 m a 1,90 m) devia-se, em parte, a uma baixa densidade populacional e a uma dieta abundante em proteína animal de alta qualidade. Nos tempos modernos, o aumento da estatura é atribuído a melhorias nutricionais e socioeconómicas.
O crescimento físico é metabolicamente exigente e é inibido pelo stress, em parte através do eixo hipotalâmico-pituitário-adrenal. Por exemplo, a hormona libertadora de corticotropina (CRH) estimula a síntese da hormona adrenocorticotrópica (ACTH), que induz a libertação de glicocorticóides (por exemplo, cortisol, a “hormona do stress”). O cortisol estimula o apetite, mas reduz a produção de IGF-1 no fígado, que também é necessário para o crescimento e desenvolvimento ósseo. Além disso, um excesso de glicocorticóides aumenta a libertação de somatostatina, o que inibe a libertação da hormona do crescimento.
Em crianças, tem sido mostrado que o stress crónico inibe o crescimento ósseo e o ganho de peso—ambos podem ser retomados quando o stress é reduzido ou eliminado. Além disso, quando as crianças são criadas em condições socialmente stressantes, onde muitas crianças compartilham poucos recursos, e tanto as necessidades físicas como emocionais não são atendidas, as crianças também podem sofrer de atraso no crescimento. Isso é evidente em crianças institucionalizadas que não desenvolvem relacionamentos fortes e consistentes com os seus cuidadores. Portanto, o stress, a redução da hormona do crescimento induzida psicossocialmente e a nutrição inadequada podem todas atrapalhar a altura.
Como as pessoas herdam genes diferentes e crescem, vivem e se desenvolvem sob diferentes condições ambientais, é importante considerar que tanto a natureza como a criação influenciam o aparecimento final de muitos fenótipos—mesmo aqueles que se podem desenvolver mais tarde na vida, como cancro ou doenças cardíacas.