Métodos eEG são aplicados para extrair biomarcadores de disfunções cerebrais. O foco está nos potenciais relacionados a eventos multicanais (ERPs) registrados em uma tarefa GO/NOGO. Artefatos não cerebrais são corrigidos e os ERPs são comparados com os dados normativos. Exemplos referem-se a biomarcadores para diagnóstico de TDAH e previsão de resposta a medicamentos.
Diagnósticos neuropsiquiátricos como o TDAH são baseados em métodos subjetivos como entrevistas, escalas de classificação e observações. Há necessidade de mais suplementos à base de cérebro. A medicação estimulante é o tratamento mais comum para o TDAH. Preditores clinicamente úteis de resposta ainda não foram relatados. O objetivo deste artigo é descrever os métodos baseados em EEG que aplicamos para extrair potenciais biomarcadores para disfunção cerebral. Exemplos referem-se a biomarcadores para TDAH pediátrico e previsão de resposta a medicamentos. A principal ênfase é nos Potenciais Relacionados a Eventos (ERPs).
Um EEG de dezenove canais é gravado durante uma tarefa de 3 min de olhos abertos, uma tarefa fechada de 3 min de olhos e uma tarefa DE GO/NOGO visual de 20 min (VCPT). ErPs são gravados durante esta tarefa. O objetivo do protocolo ERP é extrair biomarcadores de disfunções cerebrais presumidas que se diferenciam significativamente entre um grupo de pacientes e controles saudáveis. O protocolo inclui gravação durante condições padrão e correção de artefatos. As ondas ERP podem ser usadas ou transformadas em componentes latentes. Os componentes do grupo do paciente são comparados com controles, simpatizando componentes que, quando comparados, apresentam tamanhos de efeito relativamente elevados. Os subgrupos dos pacientes são selecionados com base na análise de cluster no espaço dos componentes. O procedimento de tratamento (como medicação, tDCS ou protocolo de neurofeedback) pode ser aplicado e as alterações nos componentes relacionados ao tratamento nos subgrupos são observadas, formando a base para recomendações clínicas.
Os métodos descritos foram aplicados em estudo com 87 pacientes com TDAH pediátrico. O índice de resposta de medicamentos discriminava significativamente entre respondentes e não respondentes com um tamanho de efeito grande e clinicamente significativo (d = 1,84). Em um estudo em andamento comparando crianças com TDAH com controles compatíveis, várias variáveis discriminam significativamente entre pacientes e controles. O índice global excederá d = 0,8. Os métodos baseados em EEG descritos aqui podem ser clinicamente significativos.
Em 2008, iniciado pelo NIMH, foi publicado o projeto Critérios de Domínio de Pesquisa (RDoC)1, com o objetivo de encontrar um quadro biologicamente válido para a compreensão dos transtornos mentais. Em 2013, a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou o primeiro biomarcador baseado em EEG do TDAH para ajudar a avaliar o TDAH em pacientes de 6 a 17 anos de idade. O Sistema de Auxílio de Avaliação Baseada em EEG Neuropsiquiátrico (NEBA) registra EEG por 15-20 min. Baseia-se na computação da relação teta/beta encontrada como maior em crianças e adolescentes com TDAH do que em crianças tipicamente em desenvolvimento2. Publicações recentes constatam que essa razão não captura todos os TDAH3.
Um grande número de publicações em neurociência clínica demonstram que o controle cognitivo prejudicado representa uma característica comum de muitos transtornos psiquiátricos, incluindo TDAH, esquizofrenia, depressão e TOC4,5. Teoricamente, o controle cognitivo consiste em operações hipotéticas que permitem que as pessoas se ajustem de forma flexível a metas e contextos. Duas categorias diferentes de controle cognitivo, controle proativo e reativo, foram descritas6. Nosso foco principal é o modo reativo do controle cognitivo. O controle cognitivo proativo inclui a memória de trabalho (ou seja, manter eventos sensoriais e motores por segundos). O controle cognitivo reativo inclui monitoramento, detecção de conflitos7,8e inibição de ação (para revisão ver9,10).
O paradigma GO/NOGO é sensível ao controle cognitivo11,,12,,13,,14,15. Os estímulos de GO provocam flutuações positivas das áreas do cérebro parietal. (P3 GO). As ondas de Nogo positivas anteriormente distribuídas, provocadas por estímulos NOGO, estão associadas à detecção de inibição de conflitos e ações16,,17,,18,19. A onda N2 tem sido entendida como um indicador de inibição de ação, mas pesquisas atualizadas mostram que a onda N2 está associada a estímulos de Go pouco freqüentes e detecção de conflitos20. A inibição de ação está ligada à onda P3 NOGO em locais front-centrais.
A dicotomia N2/P3 pode não estar correta. Tem sido questionado por uma visão de que as ondas ERP, em particular aquelas que representam o controle cognitivo, são somas de várias fontes que podem se sobrepor em locais e tempo14,21.
Para desembaraçar as fontes das ondas ERP, vários métodos de separação de fontes cegas têm sido utilizados15,,22,23,24. Em estudos no Instituto do Cérebro Humano, São Petersburgo, a onda N2d NOGO foi decomposta. Componentes ocultos foram detectados. Esses componentes tinham topografias distintas e significados funcionais. Apenas um deles foi associado à detecção de conflitos14,,15,,25,26. Na maioria dos estudos adultos de TDAH, o P3 NOGO é menor em comparação com os controles saudáveis combinados27,28,29,30,31,32.
As operações cerebrais ocorridas durante tarefas de controle cognitivo não parecem ser corretamente explicadas pela dicotomia N2/P3 quando os ERPs nos paradigmas GO/NOGO são analisados14,15. Várias abordagens com o objetivo de desembaraçar componentes ocultos das ondas ERP têm sido usadas (para revisão ver21). Alguns estudos têm utilizado a análise independente de componentes (ICA) para ERPs em grupos de pacientes, como pacientes com esquizofrenia29, e adultos com TDAH33,34, tentando discriminar pacientes de controles sem diagnóstico.
Em (Yeredor, 2010,25 p.75), um novo método é sugerido e adaptado para ERPs. Trata-se de um método de separação de fontes cegas, baseado em um procedimento de diagonalização conjunta de matrizes de variância cruzada. Para estudar os significados funcionais desses componentes latentes que aplicam esse método no paradigma GO/NOGO, foi recentemente implementado um estudo do Instituto do Cérebro Humano26. Neste estudo, as operações de inibição de ação e as operações de detecção de conflitos foram manipuladas independentemente por modificações da tarefa GO/NOGO. Um componente oculto, pensado para refletir a detecção de conflitos, foi encontrado. Uma resposta semelhante a N2 e topografia frontal caracterizaram este componente35. Em ensaios que requerem inibição de ações preparadas foi observada uma topografia central e resposta semelhante a P3.
Nesta publicação, os estudos relatados utilizaram o método ERP tradicional. A aplicação do ICA, ou o procedimento de diagonalização conjunta das matrizes de variância cruzada25 (página 75) ainda não foi feito. Em geral, os resultados baseados nos diferentes métodos concordam entre si, mas os métodos para descobrir componentes latentes parecem estar mais puramente associados a funções neuropsicológicas distintas. O objetivo deste artigo é oferecer uma descrição detalhada do método WinEEG. O foco está nos ERPs, mas os espectros de EEG e os dados comportamentais da tarefa GO/NOGO também estão incluídos nos estudos descritos para ilustrar o método WinEEG.
Os diagnósticos na psiquiatria são baseados no comportamento observado. Na maioria dos casos, um número especificado de sintomas deve ser observado em diferentes configurações por 6 meses ou mais. Uma parte importante do processo de diagnóstico é excluir a etiologia somática. Além disso, outros diagnósticos psiquiátricos devem ser considerados. Muitas vezes os sintomas de interesse podem fazer parte de outra categoria de diagnóstico. Se vários sintomas se sobrepõem a outros transtornos, o médico deve decidir se esse segundo transtorno é um diagnóstico comórbido ou diferencial.
As ferramentas clínicas disponíveis são entrevistas diagnósticas, escalas de classificação, histórico médico e de desenvolvimento, testes psicológicos e observações diretas. A maioria desses métodos são bastante subjetivos; fortemente influenciado pelo informante, bem como o profissional. As escalas de avaliação de pais e professores geralmente apresentam correlações bastante modestas (r = 0,3 – 0,5).
Nos resultados representativos, argumentamos que os mecanismos subjacentes no TDAH provavelmente diferem de paciente para paciente. A falta de compreensão (da linguagem), problemas com auto-motivação, sensibilidade a distratores externos, etc. podem levar a sintomas de desatenção. Os métodos baseados em EEG descritos neste artigo podem ajudar a resolver alguns desses desafios. O problema das interpretações subjetivas está ausente. Os métodos ERP descritos parecem revelar operações psicológicas subjacentes como memória de trabalho, inibição de ação, monitoramento, preparação de resposta, etc. envolvendo estruturas cerebrais específicas. Os déficits nesses mecanismos não se limitam a categorias específicas de diagnóstico. Acreditamos que, no futuro, o tratamento (medicação, neurofeedback, treinamento cognitivo, tDCS, …) se concentrará nessas operações cognitivas e/ou emocionais e em seus mecanismos cerebrais subjacentes e não nas categorias de diagnóstico atuais.
Um objetivo de um diagnóstico é determinar os melhores tratamentos. Para avaliar os efeitos do tratamento, as melhorias autorreferidas e observadas são, naturalmente, decisivas. Tais relatos podem, em certa medida, representar efeitos placebo, no entanto, e devem ser apoiados pela normalização (parcial) das disfunções cerebrais subjacentes refletidas, por exemplo, em alterações nos componentes erp. Essa combinação de medidas subjetivas e objetivas dos efeitos do tratamento são importantes tanto na clínica quanto na pesquisa.
Por razões como as mencionadas acima, não é surpresa que pessoas com os mesmos diagnósticos muitas vezes não respondam aos mesmos tratamentos médicos. Em medicamentos personalizados, os diagnósticos são complementados com medidas empiricamente baseadas na previsão de resposta para identificar o melhor tratamento para o paciente individual. Neste artigo descrevemos nossa pesquisa sobre a previsão da resposta de medicamentos estimulantes no TDAH pediátrico. Encontrar preditores confiáveis de resposta positiva à medicação antidepressivo talvez seja ainda mais importante, pois o tempo necessário para avaliar as respostas é longo, assim como o período de titulação. Os procedimentos descritos neste artigo poderiam contribuir para a pesquisa em curso do EEG e do ERP sobre a previsão de efeitos medicamentosos na depressão53.
Os métodos baseados em EEG descritos são não invasivos e acessíveis, e adequados para pesquisa, bem como para o trabalho clínico.
The authors have nothing to disclose.
Nenhum.
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