Agentes inotrópicos positivos sãocomumente usados como primeiralinha de tratamento para insuficiência cardíaca. Umdesses agentes é a digoxina, derivada do gêneroDigitalis, conhecidaháséculos, mas efetivamente utilizada desde 1785. No entanto, essesglicosídeos cardíacos podem ter efeitos potencialmente tóxicos devidoaoseu mecanismo de ação, que envolve a inibição da Na+/K+–ATPase e aumento da contratilidade. A digoxina é absorvida por via oral e distribuída em váriostecidos, incluindo o SNC. Temmeia-vida longa e não é extensivamente metabolizada, permitindo ajustes posológicos em pacientes cominsuficiência renal. Além de seusefeitos cardíacos, a digoxina também pode ter funçõesadicionais em órgãos como sistema imunológico, crescimento celular, diferenciação, apoptose e metabolismo de carboidratos. Os glicosídeos cardíacos exercemefeitos inotrópicos positivos, aumentando as concentrações de cálcionas células cardíacas e inibindo aNa+/K+–ATPase. No entanto, eles tambémpodem ter efeitoselétricos, como alterar potenciais de ação e potencialmente levar a arritmias. Autonomicamente, eles têmefeitosparassimpatomiméticos e aumentam o fluxo simpático. Manifestações tóxicas dos glicosídeos cardíacos podemocorrer em tecidosextracardíacos, incluindo o trato gastrointestinal, o sistema nervoso central e outrostecidosexcitáveis. Os níveis de potássiodesempenhamum papel crucial nassuasinterações, poisníveisbaixospodeminibir as açõesinibidoras de enzimas dos glicosídeos cardíacos e aumentar a automaticidade cardíaca. A hipercalcemia aumenta o risco de arritmias induzidas por digitálicos, enquanto o magnésiotem o efeitooposto.
Além da digoxina, outros agentes inotrópicos positivos tratam a insuficiência cardíaca. Bipiridinas como milrinona, agonistas dos receptores beta-adrenérgicos como a dobutamina, a istaroxima, o levosimendan e o omecamtivmecarbil, têm diferentes mecanismos de ação e efeitosterapêuticos. No entanto, seu uso é cuidadosamente considerado devidoaosseuspotenciaisefeitos adversos e janelasterapêuticasestreitas. O monitoramento cuidadoso dos eletrólitos séricos é essencial para minimizar o risco de arritmias. Em geral, o tratamento para toxicidade por glicosídeos cardíacos envolve a interrupção da medicação. Arritmias graves podemnecessitar de tratamentosativos como atropina ou marca-passotemporário para bradycardiaouinfusão de potássio para arritmias ventriculares rápidas ou hipocalemia. O antídoto é a imunoterapia anti-digoxina.